por : Hari Govinda
Para a metade dos hindus, Shiva é o deus principal e mais reverenciado, por isso, sua festividade principal se converteu na mais importante do ano.
Dentre essas, a mais destacada é a de Mahâshivarâtri (A Grande Noite de Shiva), que se celebra no décimo quarto dia da quinzena escura (lua minguante) do mês Mâgha (fevereiro-março). Esse dia do mês é considerado pouco auspicioso, pois é o momento em que os demônios e os espíritos aparecem no nosso mundo, porém Shiva os domina e os controla e os devotos lhe agradecem com suas oferendas. A tradição hindu diz que durante esta noite Shiva se manifesta como um Linga ou Lingam.
A palavra Lingam (ou linga) significa "símbolo" ou "aquilo através do qual se pode ver outra coisa". O Shiva Lingam é uma das mais sutis representações de Deus conhecidas pela humanidade. Trata-se de uma pedra em formato de elipse (ovalada) que, tendo uma configuração “abstrata”, tanto pode representar o Absoluto sem forma, quanto o Senhor dotado de atributos. Na Índia, reverenciar o lingam é o mesmo que reverenciar a Shiva. Ele pode ser feito em qualquer material, embora o preferido seja o de pedra negra. Na falta de uma escultura, se constrói um lingam com a areia da praia ou do leito do rio; ou simplesmente se coloca em pé uma pedra ovalada.
Essa festividade simboliza a festa de casamento entre Shiva e Parvati, por isso, nesse dia as jovens solteiras rogam ao deus que lhes conceda um bom marido. Elas obedecem um rigoroso jejum durante o dia e a noite, em que se vela os templos e os lares. O jejum acaba com o consumo de frutas secas. No dia seguinte se elabora e se consome o "bahanga", uma bebida intoxicante feita com "Cannabis indica" e leite, que induz os devotos ao estado alterado de consciência que canaliza em regozijo pela festa de Shiva.
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